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Fabrício Brito - Jornalista
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Temporada de cruzeiros deve impactar economia brasileira em R$ 5 bilhões

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Período começou em 25 de outubro e termina no dia 7 de maio. Ainda dá tempo de trabalhar e de viajar a lazer nos navios

Por Ana Clara Veloso — Rio de Janeiro

Nove navios participarão da temporada — Foto: Divulgação

O bancário Thiago Guimarães, de 35 anos, fez seu primeiro cruzeiro em 2016. Aprovou e, desde então, repete a experiência todos os anos. Ele também já reservou sua participação na temporada 2023/2024, que começou em 25 de outubro e vai até 7 de maio. No período, nove navios da MSC Cruzeiros e da Costa Cruzeiros saem e voltam para portos brasileiros, cumprindo 212 roteiros e 763 escalas. Serão 877 mil leitos.

— Cruzeiro vale muito a pena, pois temos alimentação, conhecemos vários destinos numa única viagem, temos entretenimento, conforto, tudo à nossa disposição — avalia Thiago Guimarães.

temporada atual deve gerar impacto de mais de R$ 5 bilhões na economia nacional, segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, CLIA Brasil, com gastos diretos, indiretos e induzidos das companhias marítimas, cruzeiristas e tripulantes. Pretende superar o saldo da temporada anterior, que já foi o maior em 10 anos no Brasil.

— Será a mais longa de todos os tempos, com seis meses de operações dos navios da Costa do Brasil. A Costa trará três navios para o país. O Costa Diadema é o mais divertido da temporada, com festa a fantasia, Tomorrowland, Festa do Branco e muito mais. O navio passará por Salvador, Rio de Janeiro e Santos. Tem o Costa Favolosa, oferecendo os minicruzeiros de três ou quatro noites passando por Santos, Itajai, Montevidéu e Buenos Aires. E o Costa Fascinosa, que terá embarque no Rio e viagens de sete ou oito noites para Buenos Aires e Montevidéu — conta Ruy Ribeiro, diretor comercial da companhia.

Na temporada passada, a injeção foi de R$ 5,1 bilhões na economia brasileira, com uma média de impacto econômico gerada por cada cruzeirista nas cidades de escala em R$ 639,37. Já nas cidades de embarque e desembarque, o impacto foi de R$ 813,56.

— Esse valor chega ao restaurante, ao vendedor de água de coco na praia, à loja de lembrancinhas, à manicure da região, ao supermercado, ao taxista, à empresa de passeios, ao hotel, à empresa especializada em limpeza, aos agentes de viagens, operadores de turismo, ao vendedor de lanche na orla, entre muitos outros que fazem parte do dia a dia das pessoas — explica Marco Ferraz, presidente da CLIA Brasil.

A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, tem um dos seis portos de onde partirão os navios nesta temporada. Segundo o Píer Mauá, na temporada 2022/2023, os cruzeiros no Rio registraram 410 mil passageiros, gerando impacto econômico de R$ 996,2 milhões para a economia local.

— Para a temporada 2023/2024, espera-se que sejam 440 mil passageiros, sendo 118,4 mil embarques, 113 mil desembarques e 208,6 mil turistas. Isso pode ter um impacto econômico de R$ 1,1 bilhão — diz Marcello Chagas, gerente de operações.

80 mil empregos gerados

Na última temporada de cruzeiros, foram gerados 79.567 postos de trabalho — resultado 3,5 vezes superior ao apurado na temporada anterior, segundo a Clia Brasil. Desses, 1.652 foram vagas de tripulantes nos navios e outros 77.915, empregos motivados pelo consumo dos cruzeiristas e na cadeia produtiva de apoio ao setor, como agências de viagens e gastronomia.

Neste ano, são 80 mil empregos gerados, e há algumas vagas ainda em aberto. Entre tripulantes, há três tipos: os oficiais (ponte, máquinas e hotel), os staffs (equipe de recreação, recepção, fotógrafos, vendedores de duty free e outros) e os crews (governança, restaurante, bar, aquela turma que pega bem pesado mesmo, todos os dias).

Navios têm piscina, boate e salas de jogos — Foto: Divulgação

— Existe uma legislação brasileira, desde 2006, que obriga as companhias de cabotagem no Brasil a contratarem 15% de tripulantes brasileiros durante a temporada no nosso país. Os requisitos são simples: ser maior de 18 anos, ter ensino fundamental completo, disposição para trabalhar muito, falar um pouco de Inglês e ter disponibilidade para ficar longe de casa por seis a nove meses. Experiência em hospitalidade, turismo, eventos pode ser um diferencial — explica Fabrício Brito, da Deck4, que qualifica tripulantes há 14 anos.

Para conferir as oportunidades, acesse https://career.costacrociere.it/jobs-on-board/ e https://www.careers.msccruises.com/onde. Ser tripulante, no entanto, não é fácil, avisa Brito:

— No navio não existe CLT. É uma legislação internacional que vale para todos os tripulantes, a MLC 2006. Trabalhamos no mínimo 11 horas por dia, todos os dias, sem sábados, domingos ou feriados.

A instituição tem cursos de formação profissional de tripulantes de navio. O chamariz das posições é o salário: varia de 900 a 1.800 dólares. Além disso, o trabalhador não gasta com hospedagem, alimentação e serviço médico durante o período a bordo. Compartilha uma cabine com mais um trabalhador e a internet para falar com a família pode ser gratuita ou paga.

No Píer Mauá, 200 colaboradores foram contratados para auxiliar nas operações durante a atual temporada de cruzeiros.

— São vagas para vigias, carregadores de bagagem e estagiários de turismo — conta Marcello Chagas, gerente de operações do Píer.

Aline Pereira dos Santos, de 37 anos, está trabalhando como vigia na sua terceira temporada de cruzeiros. Ela estava desempregada há seis meses, quando foi convocada novamente para a posição.

— É um trabalho diferenciado na segurança privada, pois atuamos com estrangeiros em um movimento muito grande. É maravilhoso ter essa chance de aprendizado.

Quer viajar?

Segundo a CLIA Brasil, para a grande maioria dos viajantes de cruzeiros, essa é uma experiência que vale repetir. Quase 92% das pessoas ouvidas em uma pesquisa desejam isso. De maneira geral, os cruzeiristas viajam acompanhados (98,9%): de filhos e parentes (51,9%), cônjuge (24,7%), e amigos (19,5%).

Ainda há vagas disponíveis nos navios da MSC Cruzeiros e da Costa Cruzeiros nesta temporada. É possível comprar nos sites das companhias e em agências de viagens.

— A tarifa do cruzeiro inclui, além da cabine escolhida, todas as refeições no buffet e nos restaurantes principais à la carte, acesso às piscinas e aquapark, muito entretenimento com shows no teatro, música ao vivo e DJs e festas, áreas infantis para a criançada e muito mais — conta Adrian Ursilli, diretor geral da MSC Cruzeiros no Brasil.

As tarifas para reserva de cruzeiros são em reais e podem ser parceladas no cartão de crédito e no dinheiro. O consumo de extras no navio, no entanto, acontece em dólar ou euro. Mas há como fazer a compra antecipada de créditos na moeda nacional.

Matéria: https://extra.globo.com/economia/noticia/2023/11/temporada-de-cruzeiros-deve-impactar-economia-brasileira-em-r-5-bilhoes.ghtml

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